Saudações
caros (as) leitores (as)!
Começamos
uma nova etapa de consolidação de projetos deste veículo, a produção de
entrevistas com amigos (as) que representam os esforços pela produção de
conhecimento nas mais diversas áreas e que atuam como pesquisadores (as) e
professores (as) de forma notória.
Para
inaugurar este projeto trazemos o amigo Daniel Valente, cuja introdução nunca
poderia ser isenta de afetividade, afinal, é uma pessoa que admiro, que
respeito e que tive o privilégio de compartilhar os tempos de graduação e
mantemos, até hoje, apesar dos contratempos da vida, uma proximidade alegradora.
A escolha
de começar com este nobre amigo reside no fato de que o considero muito
importante para a minha formação pessoal. Mesmo como colega de sala, muitas
vezes, Daniel foi um professor, um excelente professor, daqueles que nos fazem
ter interesse e que nos estimula a aperfeiçoar a nós mesmos... Eram horas a
fio, discutindo, buscando respostas e construindo perguntas.
Como
disse, nenhuma apresentação a este amigo poderá ser isenta de afinidade,
portanto, para não delongar esta ocasião, agradeço a sua disponibilidade e
atenção dedicada na produção desta entrevista.
Vamos para a parte grandiosa de dialogar com este nobre amigo:
Vamos para a parte grandiosa de dialogar com este nobre amigo:
Daniel
Valente Pedroso de Siqueira
Possui graduação em Bacharelado
em Filosofia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2010), graduação em
Licenciatura em Filosofia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011) e
mestrado em Filosofia e Teoria das Ciências Humanas pela Universidade de São
Paulo (2017). Atualmente é pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e
Planejamento (CEBRAP) e pesquisador de filosofia da Universidade de São
Paulo. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia, atuando
principalmente nos seguintes temas: Habermas, Teoria Crítica, teoria da ação
comunicativa, modernidade, capitalismo tardio.
|
Mais informações profissionais-acadêmicas em: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4421325J6
|
Entrevista:
Ricardo Lopes: Como ocorreram seus primeiros
contatos com o pensamento filosófico?
Daniel Valente: Os primeiros estudos que travaram relações com o campo filosófico
ocorreram, ainda, na época de estudos de direito. As formulações de teoria do
Estado, democracia e justiça moral foram temas que me despertaram interesse
pela filosofia aristotélica. Posteriormente a isto, e isto há muitos anos
atrás, eu tive minha atenção capturada pelos textos clássicos do mundo grego
(os textos homéricos, as peças teatrais clássicas, e os tratados de história e
a biografias de escritores romanos, como Plutarco). Quando adentrei na
faculdade de filosofia, eu já havia decidido suspender meu envolvimento com a
faculdade de direito, mas o interesse pelo mundo grego havia sido fortalecido.
Àquela altura meu primeiro grande interesse investigativo era analisar os
conceitos éticos que haviam sido propagados pelos textos homéricos, textos à
respeito da guerra entre gregos e troianos, à contemporaneidade.
Ricardo Lopes: Você poderia narrar um pouco da sua
formação? Como foram suas experiências escolares e universitárias?
Daniel Valente: Tive uma formação bastante ampla e muito envolvente, seguindo o mais
próximo possível do que se possa entender como formação humanística universal.
Saído da faculdade de direito, meus vínculos acadêmicos convergiram
inteiramente para a faculdade de filosofia. Tive oportunidade de realizar
alguns cursos em outras faculdades, mas todos fundamentados em pensamentos de
orientação filosófica (mas, àquela altura, me despertava interesse saber como
outras áreas do saber assumiam os estudos filosóficos para suas práticas e
vivências como, por exemplo, a faculdade de comunicação social, a faculdade de
psicologia, a faculdade de arquitetura e a própria faculdade de direito, mas
agora com outro olhar). Minha formação inicial ocorreu inteiramente na
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Durante o bacharelado de Filosofia eu
dediquei minhas pesquisas sobre a filosofia aristotélica, mais especificamente
sua filosofia da natureza e sua discussão sobre o conceito temporal de agora.
Procedi com uma tradução inédita de dois capítulos do tratado
intitulado Física, com a posterior análise semântica e uma discussão
histórico-filosófica. Este trabalho foi muito bem recebido pela acadêmia e tive
a oportunidade de apresentar seus resultados na USP, Unicamp e na Universidade
Federal de Goiás, em um evento fomentado pela Sociedade Brasileira de Pesquisa
Científica e que foi custeado, como premiação concedida, pelo Mackenzie à minha
iniciação científica desenvolvida sobre o tema. Foi uma experiência muito
enriquecedora porque permitiu travar contatos com pesquisadores de todo o
Brasil. Ao término desta pesquisa de IC eu elaborei um trabalho de conclusão de
curso sobre o mesmo tema (mas agora sem restrições de tamanho) para obtenção da
titulação de Bacharel em Filosofia. Inicialmente eu não possuía pretensões de
realizar licenciatura, mas como, antes de concluir o bacharel, eu já havia
iniciado outra pesquisa (agora sobre a filosofia alemã e sua discussão em torno
do conceito de modernidade, a partir de Hegel e analisando as discussões
empreendidas por Adorno e Horkheimer à luz da filosofia reconstrutiva de Jürgen
Habermas), eu voltei ao Mackenzie para realizar a licenciatura plena em
Filosofia e concluir esta pesquisa. Foi um ano longo, e falo aqui do ano de
2011, porque a carga de estágio, a quantidade de disciplinas e a própria
pesquisa, demandavam muito esforço e tempo. Mas, ao término do processo da
iniciação científica, eu fui agraciado com uma ótima recepção e outra
premiação, para participar da reunião do SBPC em São Luis, no Maranhão, mas
como não mais teria vínculo institucional com o Mackenzie, outro pesquisador
foi preterido. Ao término desta pesquisa eu elaborei novo trabalho de
conclusão, mas agora para a licenciatura, com a temática da modernidade em
torno das discussões alemãs (do século XIX e XX). Após concluir meu percurso
formativo no Mackenzie, em 2012 eu "migrei" para a USP para dar
continuidade à formação dentro do programa de pós-graduação. Foi um período
delicado porque exigia adaptação ao novo ambiente e compreensão das dinâmicas
da nova instituição. Em 2014 eu adentrei, oficialmente, no programa de
pós-graduação em Filosofia e Teoria das Ciências Humanas no departamento de
Filosofia da FFLCH/USP, com um projeto de pesquisa sobre a filosofia de Jürgen
Habermas e sua discussão crítica reconstrutiva em torno do conceito de razão
instrumental. Foi um período de grande crescimento intelectual, que gerou
grandes saberes e grandes realizações. E, em 2017, eu conclui este percurso e
me titulei como mestre em Filosofia e Teoria das Ciências Humanas, mantendo
vínculo contínuo com a USP e também iniciando trabalhos no Centro Brasileiro de
Análise e Planejamento (CEBRAP), no núcleo de Direito e Democracia.
Ricardo Lopes: Durante a graduação em Filosofia,
quais foram as temáticas e os estudos que mais foram significativos para você?
Daniel Valente: Sempre assumi a filosofia em sua acepção mais "romântica", de
mãe de todos os saberes, mas sem ilusões quanto a sua atuação pragmática na
sociedade contemporânea do capitalismo tardio. Os estudos da filosofia antiga
foram os que iniciaram meu percurso e nunca deixaram de me acompanhar, mesmo
que houvessem variações à respeito da temática sobre o mundo físico, ou
natural, e o mundo social. Grosso modo eu poderia dizer que o tema que sempre
me acompanhou foi a questão da sociedade, em suas múltiplas e variadas
vertentes (dos aspectos subjetivos de sua formação, sua constituição formal e
as orientações comunitárias que são praticáveis dentro da configuração do
Estado, e isto imprimia anunciar que eu me dedico aos aspectos da filosofia
antiga, da medieval, do campo ético, da filosofia política, das filosofias
modernas e contemporânea, bem como da lógica, da filosofia da linguagem, da
estética e da teoria do conhecimento, e, como não poderia faltar, a Teoria
Crítica).
Ricardo Lopes: Quais pensadores (as) você acredita
serem relevantes para os interessados nos estudos da filosofia?
Daniel Valente: É intrigante como uma pergunta tão objetiva como a sua demande uma
resposta tão extensa quanto a que apresentarei. Inicialmente acho apropriado
anunciar que quaisquer respostas à esta pergunta demanda identificar qual é o
entendimento que se assume sobre Filosofia e, também, sobre conhecimento e
"vida". A Filosofia tem uma grande riqueza de saberes porque é o
campo investigativo que engloba todos os outros saberes. Eu não posso deixar de
mencionar Aristóteles como um filósofo de extrema importância para o
descobrimento do pensamento filosófico, ainda que muito dos estudos
aristotélicos sejam "datados" (como, por exemplo, seus estudos da
biologia natural, ou da astronomia). Mas em aspectos políticos e educacionais,
os tratados aristotélicos mantém sua importância em textos como Política, Ética
a Nicômaco, ou mesmo que não sejam os temas primordiais, sua lógica impecável
apresentada na Metafísica, no Organon, nas Categorias e no De Anima e na
Física. Aristóteles é, sem dúvida, um pensador antigo que joga muita luz sobre
nossas sociedades atuais. Possui leituras sobre estética e poesia que regem
grande partes das discussões, e dos juízos, que fundamentaram a modernidade e
que se aplicam, também, à contemporaneidade. Isso não quer, de maneira alguma,
sugerir que devamos ignorar outros filósofos da antiguidade clássica
grega, mas apenas que minha predileção converge sobre Aristóteles. Eu não
pretendia ser tão profícuo em uma resposta que sugere asserção objetiva para
não cansar os leitores, mas se ficarmos com aqueles que são considerados
personalidades influentes, eu mencionaria Kant, Hegel e Marx (nesta ordem).
Cada um ao seu turno promoveu mudanças drásticas à respeito de um
anterior-e-posterior. Kant é, decididamente, o primeiro filósofo da modernidade,
ainda que somente com Hegel que se tenha problematizado a modernidade. Mas
nenhum deles poderia existir sem Rousseau e seu brilhante Do Contrato Social.
Marx marca ponto de destaque por ter inaugurado o que se convenciona chamar de
materialismo histórico. Através do método dialético hegeliano, Marx empreendeu
uma leitura histórica crítica sobre a economia e a politicou. Não faço
referência direta ao aspecto revolucionário ipso facto de suas abordagens
críticas, mas como seus tratados e escritos revolucionariam a maneira de pensar
e conceber o mundo. Em certas medidas existem incongruências e falhas no
pensamento marxiano, mas isto não dilapida sua importância. Neste aspecto as
três grandes críticas de Immanuel Kant (a Prática, a Pura e a do Juízo), bem
como sua Paz Perpétua e a Metafísica dos Costumes, devem figurar como leituras
importantíssimas. No terreno hegeliano, temos a grandiosa Ciência da Lógica e
sua Filosofia da História, sem deixar de mencionar toda a elegância do
movimento dialético apresentado em sua Fenomenologia do Espírito. Marx é um
caso à parte dada sua ampla contribuição aos distintos campos do saber
filosófico e sociológico, mas pensando em ápice de momentos, a Ideologia Alemã
e o Capital (com especial enfase sobre o primeiro e o terceiro livros, e
remetendo os Grundissse como continuação natural deste trajeto marxiano)
poderiam marcar com precisão parte de sua contribuição. Weber é alguém que por
vezes parece negligenciado no ramo filosófico porque ele diverge da tradição
marxiana (mesmo que György Lukács, por exemplo, tenha lido Marx à luz de
Weber), mas que tem uma importância para os estudos de sociedade que não se
pode permitir esquecer (ainda que seja detentor de uma leitura eurocêntrica, a
qual, por sinal, o próprio autor nunca escondeu). Seus Escritos Políticos e das
Religiões são brilhantes, bem como sua Ética Protestante e do Espírito do
Capitalismo. Weber consolidou asserções à respeito do Estado burocrático e
totalmente administrado que orientou grande parte das leituras do século XX.
Mencionaria Lukács com sua Teoria do Romance e sua História e Consciência de
Classe, e Max Horkheimer com Teoria Crítica e Teoria Tradicional e o Eclipse da
Razão. A parceria de Horkheimer com Theodor Adorno, que resultou em Dialética
do Esclarecimento, é importante para se compreender o pessimismo democrático
dos teóricos franklinianos, que foram convencionados a serem chamados de
"circulo Crítico da Teoria Crítica". De Adorno eu poderia apontar o
clássico Dialética Negativa, mas também o Quando as Estrelas Descem à
Terra, porque aponta para uma crítica da manipulação midiática que sofremos
através das leituras "astrológicas". O Homem Unidimensional de
Marcuse e seu Razão e Revolução mostram porque Herbert Marcuse alcançou patamar
de celebridade durante os movimentados, e turbulentos, anos de 1960 - se tornou
uma celebridade nos mesmos termos que Jean Paul Sartre o era, ainda que por
apresentar leituras distintas. Um autor que destoa do círculo da Teoria
Crítica, mas que é assumido como o "último metafísico" é Martin
Heidegger. Seu vínculo com o III Reich fez com que fosse publicamente assumido
como "alguém a não se ler", mas seu Ser e o Tempo é uma obra
monumental que vem na toada dos estudos fenomenológicos de Hurssel. Invariavelmente
eu apresento obras em maior número dos autores pelos quais nutro simpatia
intelectual e interesse investigativo, este é o caso, como havia sido de
Aristóteles, de Jürgen Habermas: Mudança Estrutural da Esfera Pública é um
livro que apresenta uma brilhante reconstrução dos conceitos de sociedade civil
e esfera pública. Eu o recomendaria aos leitores de filosofia que têm interesse
sobre "nossos dias atuais", especificamente quanto ao que se refere
aos modelos de sociedades que temos à disposição e em como interagimos socialmente
uns com os outros. Técnica e Ciência como Ideologia marca uma discussão crítica
sobre como a tecnologia nos aprisiona, algo que diverge da premonição marxiana
de que a tecnologia libertaria as pessoas das opressões do mundo do trabalho.
Problemas de Legitimação do Capitalismo Tardio marca uma guinada orientacional
para a crítica ao capitalismo sistêmico, trilha que resultará na gigantesca
Teoria da Ação Comunicativa. Direito e Democracia apresenta ao mundo o
princípio de democracia deliberativa, algo que permitiu Habermas apresentar um
projeto de constituição para a União Europeia (pautada pelo princípio de
solidariedade). Temos, é claro, muitos e variados pensadores-filósofos. A
Estrutura das Revoluções Científicas de Thomas Kuhn traz à discussão o aparato
de dominação dos "círculos dos eleitos" das ciências, assim como a
Teoria da Justiça do contratualista John Rawls. Mas creio ser adequado
apresentar livros que não exijam tanta energia quantos estes para um público
que se encontre "às portas de descobrir a filosofia". Para estes eu
poderia recomendar o delicioso Orientação Filosófica, de Marcel Conche, ou
mesmo Uma Breve História da Filosofia de Roger-Pol Droit. Para travar relações
com a produção brasileira, Gerard Lebrum escreveu o interessantíssimo A
Filosofia e sua História, e Jaspers tem o seu Introdução ao Pensamento
Filosófico que é de uma elegância impar. Eu lamento muitíssimo pela extensão da
resposta, mas, mesmo ela longa, eu digo: me controlei para não a prolongar mais
e já apresento minhas desculpas por ter deixado passar muitas outras
referências.
Ricardo Lopes: Qual o seu objeto de investigação
neste momento?
Daniel Valente: O capitalismo e,
mais particularmente, como ele age e rege nossas sociedades. Tenho pensado no
aspecto patológico social, mas doenças com que adoecemos por vivermos sobre a
égide do capitalismo. Não penso, de maneira alguma, em sugerir que venhamos a
suprir o papel moeda como mediador de nossas relações, mas creio que uma
discussão crítica sobre como temos orientado nossas condutas de vida à partir
da ilusão de lucro pode ser proveitoso.
Ricardo Lopes: Sei que no período de graduação você
dedicou grande tempo com a obra de Aristóteles, como você pensa que este
esforço contribuiu para o seu entendimento da filosofia?
Daniel Valente: Resisto a responder sua pergunta com um "absolutamente".
Aristóteles imprimiu sobre mim tamanha influência que, por vezes, sou levado a
considerar até onde estou procedendo mediante sua lógica frente a situações que
parecem não mais suportar esta orientação de pensamento (e digo isso em
consideração à imediatez com que as dinâmicas contemporâneas têm sido
pautadas). Mas o vínculo do pensamento aristotélico, de proceder por
categorias, em um trajeto lógico processual, é algo que acalenta o
espírito mais agitado (ahahahah). Recuperando sua amplitude teórica, e seu
interesse investigativo à respeito de todos os saberes, posso afirmar, sem
temor de exagerar, que Aristóteles proporciona uma amplitude de horizonte de
compreensão não visto por qualquer outro filósofo.
Ricardo Lopes: O que te levou ao estudo de J.
Habermas?
Daniel Valente: Poderia me limitar a dizer que foi pela sua abordagem crítica e deveras
"esperançosa" sobre nossa vida contemporânea. Habermas recusa a
asserção definitória de "fim da história" porque, ainda que tenho
muitíssimas orientações de pensamento, ele é neo-hegeliano e assume stricto
sensu o aspecto processual contínuo da história. Eu disse que poderia me
limitar a esta resposta, mas ela não seria completa. Eu tive o prazer de
conhecer a filosofia de Jürgen Habermas durante minha graduação e sou
eternamente grato ao professor, que foi meu orientador e se tornou um amigo,
Roger Fernandes Campato. Eu desejava trabalhar com ele, tê-lo como interlocutor
em debates, e Habermas, que também é seu autor de formação, foi a melhor opção
para iniciar este trabalho conjunto. Creio que esta dupla resposta dá conta da
pergunta. Existem sim motivos teóricos e de afinidade pessoal (tanto de
entendimento de mundo como de cordial admiração intelectual pelo professor) que
surgem como resposta à esta pergunta.
Ricardo Lopes: Qual conselho você daria para quem
está interessado a iniciar os estudos em filosofia?
Daniel Valente: Sejam honestos consigo mesmos. Não assumam maior ansiedade do que o mundo
já imprime sobre vocês. Não esperem respostas claras e óbvias, não se assustem,
ou se machuquem, em demasia pelos confrontos com que a filosofia provocará em
suas vidas (enquanto entendimentos sobre a vida). Permitam-se se apaixonarem,
como ato fisiológico de atração, pelas descobertas e conhecimentos e tenham
paciência. O percurso filosófico é extenso, longo e segue uma dinâmica temporal
não regida como entendemos. Temos enfrentado uma realidade que anda a cultuar
saberes consumíveis, elevando à potência de celebridade personalidades que se
auto-intitulam filósofos e exigindo respostas assertivas. Existe um duplo
movimento: uma renovada admiração pela personalidade intelectual (que é, em
suma, a definição de filósofo) e uma repulsa rancorosa à esta mesma
personalidade (e isto, em uma maioria quase plena, porque se dedicar a este
campo do saber não é algo simples, fácil e rápido e demanda muito de quem se
permitir ser escolhido pela Filosofia). O exercício de auscultação é tão
imprescindível quando o exercício de fala, caso contrário seriamos
retóricos e não sábios.
Gostou
desta publicação? Comente, compartilhe e ajude a construir um conteúdo cada vez
mais interessante para você!
Att.
Prof.
Ricardo Lopes
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário