sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Estudar é o Único Caminho



Saudações fraternas.

Quando se fala em educação, muitas vezes nos deparamos com a frase "Estudar é o único caminho". Essa expressão não é apenas um clichê; ela carrega uma profunda verdade sobre o papel transformador que a educação desempenha na vida de indivíduos e sociedades. A educação é a atividade humana mais capaz de promover desenvolvimento, não apenas no sentido profissional, mas também no desenvolvimento pessoal e especialmente social. Neste artigo, vamos explorar como o ato de estudar pode moldar um outro futuro, oferecendo oportunidades e ampliando horizontes.

📌A Educação como Base para o Desenvolvimento Pessoal e Profissional

A educação é frequentemente descrita nas situações cotidianas como um investimento no futuro. Quando uma pessoa escolhe dedicar-se aos estudos, ela não está apenas acumulando conhecimento; está, na verdade, construindo uma base sólida, com competências e habilidades capazes de intervir nas mais diversas demandas da realidade. 

O aprendizado contínuo permite que indivíduos se adaptem a um mundo em constante mudança, onde as habilidades requeridas no mercado de trabalho evoluem rapidamente. Também proporciona a capacidade de transformar a realidade, tendo os princípios e as tradições como elementos basilares para atuação consciente no mundo.

Além disso, a educação promove habilidades críticas, como o pensamento crítico e a resolução de problemas, que são essenciais em qualquer carreira, qualquer relacionamento humano é qualquer formação individual. Ao se deparar com desafios, uma pessoa com educação formal e informal é capaz de analisá-los de forma mais eficaz e desenvolver soluções criativas, adequadas e eficientes. Isso se traduz em realização em suas vidas profissionais, pessoais e cidadãs, onde as empresas, a comunidade e o ciclo próximo valorizam cada vez mais a capacidade de pensar de maneira independente e responsável.

📌O Papel da Educação na Igualdade Social

Outro aspecto crucial da educação é seu papel na promoção da igualdade social. Historicamente, o acesso à educação de qualidade tem sido um fator determinante na perpetuação de ciclos de pobreza e privilégio de riqueza. Em muitas sociedades, as oportunidades educacionais ainda são limitadas para certos grupos, o que resulta em desigualdade econômica e social - como é o caso de nosso Brasil. A educação, portanto, não deve ser vista apenas como uma responsabilidade individual, mas como uma questão social que exige atenção e ação coletiva.

Quando as comunidades investem em educação, isso pode resultar em mudanças significativas na qualidade de vida, de trabalho e de cultura de um povo. Por exemplo, programas de alfabetização e capacitação profissional em regiões menos favorecidas têm o potencial de transformar a vida de milhares de pessoas. Ao oferecer a oportunidade de aprender e crescer, é possível quebrar o ciclo da pobreza historicamente construída e proporcionar um futuro melhor não apenas para os indivíduos, mas para toda a sociedade.

📌Desenvolvimento Pessoal Através da Educação

Estudar não diz respeito apenas ao aprendizado acadêmico, mas também ao crescimento pessoal. A educação oferece uma plataforma para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, como empatia, resiliência e autocontrole. Em perspectiva acadêmica, desenvolve habilidades das tradições culturais, científicas, filosóficas e tradicionais Essas habilidades são fundamentais para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis. Além disso, a educação promove a diversidade de pensamento e a compreensão intercultural, que são essenciais em um mundo globalizado.

Participar de atividades extracurriculares, como debates, grupos de estudo ou projetos comunitários, pode enriquecer ainda mais a experiência educacional. Essas experiências proporcionam um espaço para que os alunos interajam, discutam ideias e aprendam uns com os outros. Isso não só amplia seus horizontes, mas também os prepara para o trabalho em equipe e a colaboração, habilidades que são cada vez mais valorizadas no ambiente profissional contemporâneo. Mesmo que você, estimado leitor, não esteja em idade escolar, fazer parte constantemente de atividades educativas como as descritas é inevitável para o aperfeiçoamento contínuo.

📌O Futuro da Educação: Desafios e Oportunidades

À medida que avançamos para um futuro cada vez mais incerto, a educação enfrenta desafios significativos. A pandemia de COVID-19 expôs as fragilidades dos sistemas educacionais em todo o mundo, revelando a necessidade urgente de inovação e adaptação. O aprendizado remoto e híbrido se tornaram uma realidade, mesmo revelando suas limitações e insuficiências, as instituições e a sociedade civil precisam se reinventar para garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade.

Além disso, a integração de novas tecnologias, como inteligência artificial e aprendizado adaptativo, pode revolucionar a forma como ensinamos e aprendemos. No entanto, é crucial que essas inovações sejam implementadas de maneira equitativa, garantindo que todos os estudantes, independentemente de sua origem, possam se beneficiar dessas oportunidades. Ainda, devemos sempre ressaltar que as novas oportunidades não excluem ou se sobrepõe sobre as metodologias anteriores, é preciso lembrar em todos os momentos que estamos diante de ganhos de complexidade em nossa realidade formativa e não estamos em um momento de troca ou substituição de modelos.

📌Para concluir...

Em suma, "Estudar é o único caminho" é uma afirmação que ressoa profundamente na sociedade atual. A educação não é apenas uma ferramenta para o sucesso individual, mas também um motor de mudança social. Ao priorizar o aprendizado, podemos construir um futuro mais igualitário, mais informado e mais próspero. Portanto, o convite é claro: que todos possamos abraçar a educação como um meio de transformação e crescimento, não apenas para nós mesmos, mas para as próximas gerações.

Espero que tenha gostado deste texto. Caso possa, apoie o nosso projeto comentando, compartilhando e demonstrando o seu engajamento com o texto.

Até breve.
Respeitosamente.
Professor Ricardo

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Uma resenha de Apologia de Sócrates: ou sobre a radicalidade da razão




A Apologia de Sócrates, escrita por Platão, é uma obra que atravessa o tempo, ecoando a voz serena do filósofo ateniense que diante da acusação de impiedade e corrupção da juventude manteve a sua fidelidade ao que surgia ali e que hoje conhecemos como Filosofia. 


O texto se torna um marco na história do pensamento ocidental e talvez transcenda este "lado" do globo, não por registrar a defesa de Sócrates em seu julgamento, mas também por apresentar um retrato singular da filosofia socrática e de seu impacto sobre a sociedade ateniense, fazendo da filosofia uma tradição humana única que flerta com a eternidade.


A obra se inicia com uma descrição de Sócrates como um homem de caráter humilde em comparação com seus acusadores e dedicado à busca da verdade, ou no mínimo como alguém que utilizava a figura humilde como recurso retórico convergente com o sistema de ideias que promovia. Ele não se apresentou como um sábio, mas como um questionador incansável da sabedoria alheia, revelando a ignorância dos que se acreditavam sábios apenas porque estes não resistiam as perguntas impostas. Em sua defesa, ele argumenta que sua missão não é corromper os jovens, mas sim despertá-los para a busca da virtude e do conhecimento conhecimento verdadeiro. O conhecimento verdadeiro não poderia ser encansado através da aceitação da autoridade de quem profere o discurso, mas a verdade se manifesta através do respeito pela própria ordem da razão.


Sócrates expõe a razão de sua incessante busca pela sabedoria: uma voz interior, um "demônio", que o guia e o impede de se envolver em atividades que julga indignas. Este "demônio" não possui um sentido cristão, uma vez que estamos lendo um texto de alguns séculos antes do nascimento de cristo e o sistema de credo espiritual ateniense é outro - é o sistema que chamamos de modo vulgar de mitologia grega.


Sócrates se recusa a seguir as convenções sociais e as leis que considera injustas, priorizando a busca pela justiça e pela verdade. Mas, vale o destaque, não se trata de uma recusa por capricho da opinião pessoal, ao contrário, trata-se de uma recusa por promover a razão como instrumento e critério. Não se trata do que Sócrates achava certo ou errado, mas sim do que a razão demonstrou ter consistência e veracidade ou não. 


O texto retrata de modo brilhante e didático a ironia socrática, uma ferramenta fundamental em seu método de questionamento, um instrumento simultaneamente retórico e epistêmico. Ele utiliza a ironia para desmascarar a falsa sabedoria, expondo as contradições e a superficialidade dos discursos dos que se acreditam sábios. Essa técnica se torna um instrumento para estimular o raciocínio e o autoconhecimento.


A Apologia, também, demonstra a coragem e a serenidade de Sócrates diante da morte. Ele rejeita a covardia e a busca por salvação a qualquer custo, preferindo morrer defendendo seus princípios e sua busca pela verdade do que se acovardar e aceitar o sistema de mentiras que vigorava com naturalidade. Segundo Sócrates a morte não representa um fim, mas uma transição para outro estado de existência, onde ele poderá continuar sua busca pela sabedoria.


A obra também revela a crítica de Sócrates à política ateniense. Ele observa a corrupção do sistema político e a influência do dinheiro e do poder sobre as decisões. Ele prefere o caminho da sabedoria e da virtude, buscando a transformação individual em vez de se envolver naquela vida pública. Esta escolha o levou ao tribunal, foi justamente por buscar sair do sistema de ideias falsas que estas passaram a ser fragilizadas no sentido público e Sócrates passa a representar um risco para a sociedade ateniense. 


Podemos definir que A Apologia de Sócrates é um texto que nos convida à reflexão sobre a natureza da verdade, a importância da busca pelo conhecimento e a necessidade de vivermos de acordo com os princípios da razão. A obra se torna um poderoso testemunho da importância da liberdade de pensamento, da coragem de defender a verdade e da necessidade de buscar a justiça em todas as esferas da vida e, acima de tudo, talvez seja a maior representação ou a mais radical representação de fidelidade à razão acima de qualquer outra dimensão humana, aquilo que se tornou a máxima da tradição filosófica ao longo de sua ainda viva história e que permitiu a esta tradição cobiçar a eternidade. 


A Apologia de Sócrates é uma obra rica em lições para todas as épocas. Ela nos incentiva a questionar as verdades estabelecidas, a buscar a sabedoria e a viver com integridade, mesmo diante de desafios e adversidades. A obra se torna um farol de esperança para aqueles que buscam a verdade, a justiça e a virtude em um mundo muitas vezes dominado pela ignorância, pela covardia e pela injustiça.


Esta é só uma resenha, nada substitui a leitura desta obra clássica para a história das ideias e da tradição filosófica. Por isso, caso possa, dedique um tempo de sua vida nestas poucas páginas e grandes ideias.


#filosofia; #Socrates; #Platao; #apologiadesocrates; #buscapelasabedoria: #historiadafilosofia; #textosfilosoficos


E você, ficou com vontade de ler esta importância obra de Platão? Conte o que achou da resenha e das reflexões suscitadas nos comentários deste texto. Caso possa, ainda, apoie este trabalho compartilhando e indicando o portal para que cada vez mais possa produzir conteúdos educativos, filosóficos e reflexivos para as pessoas de forma aberta e livre.


Respeitosamente.

Professor Ricardo 




segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Ludificação ou gamificação: uma proposta crítica sobre os jogos aplicados na educação


 

Saudações estimados e estimadas.


A gamificação, ou ludificação, surgiu da observação de como os jogos engajam e motivam as pessoas, de todas as idades.  Não há uma pessoa que não se lembre de brincadeiras, jogos e passatempos que eram muito divertidos e de alguma forma fixavam informações em nossa mente. Mas, como grande parte dos elementos de nosso mundo atual, a ludicidade se tornou mercadoria, ganhou contornos de inovação e passou a integrar o cardápio de consumo, inclusive no âmbito educacional.


Muitos educadores (as) relevantes dedicaram seu trabalho sobre o aspecto lúdico e em demonstrar os benefícios de tais mecanismos no processo de escolarização, com resultados expressivos de aprendizagem, de capacidade criativa e de socialização efetiva. No entanto, foi quando os desenvolvedores de software perceberam que elementos como desafios, recompensas e progressão poderiam ser aplicados para consolidar engajamento com atividades de diversas áreas, como a educação, que a expressão gamificação ficou popular e ganhou mercado educacional. 


A ideia da gamificação na educação é relativamente simples, trata de transformar tarefas e atividades em algo mais divertido e interessante, incluindo nestas situações os elementos constituintes de jogos, articulando os saberes sobre entretenimento puro com objetivos pedagógicos/educacionais.


📌Os fundamentos pedagógicos da gamificação ou ludificação:


A gamificação ou ludificação se baseia em princípios psicológicos e pedagógicos que articulam os objetivos com os instrumentos capazes de produzir oportunidades. Está intencionalidade aliada a instrumentos arquitetados são a base tanto de situações de aprendizagem relevantes quanto base de milhares de produtos que passaram a integrar o ambiente educacional. Para distinguir a boa ludificação ou gamificação da má, precisamos refletir sistematicamente sobre o uso da técnica.


Ao transformar o aprendizado em uma experiência lúdica, a gamificação pode despertar a curiosidade e o interesse dos alunos (as), o que pode ser definido como aumento da motivação em situações de ensino e aprendizagem. Precisamos ficar atentos para estes mecanismos não se tornarem técnicas de propagandas que utilizam a interação como elemento manipulador dos desejos, ou seja, quando utilizamos uma tecnologia ou situação de ludificação ou gamificação em ambiente escolar não estamos numa zona neutra e pura de preocupação intelectual e formativa. Na verdade, estamos articulando uma série de objetos intelectuais em favor de um comportamento, por isso, a visão crítica é a única maneira de professores (as) e alunos (as) lidarem com este nosso fenômeno.


Através de desafios, competições e recompensas, os alunos se sentem mais envolvidos com o processo de aprendizagem, afinal, cria-se a sensação de conquistas em prazos curtos, um reforço positivo aos comportamentos estudantis e uma dinâmica de visualização do processo que acontece diante dos olhos do sujeito ativo. O elemento que deve deter a nossa cautela é se as situações propostas geram o efeito inverso, ou seja, gera sensação de frustração em demasia, reforço negativo e desmotivação. 


Ao resolver problemas e superar obstáculos, os alunos e alunas desenvolvem habilidades como criatividade, colaboração e resolução de problemas, evidentemente que atrelados às estratégias propostas na atividade gamificada.


A gamificação permite que os alunos recebam o resultado de sua atividade de modo imediato, revelando características sobre seu desempenho, o que os ajuda a identificar seus pontos fortes e fracos. Esta resposta imediata que a gamificação proporciona pode ser utilizada como um balizador importante para intervenção e melhoria da aprendizagem e deve ser cuidadosamente pensado para não se tornar reforço negativo, afinal o erro é parte fundamental no processo de aprendizagem - ousando ainda afirmar que provavelmente ao longo do processo de ensino e aprendizagem provavelmente mais erramos do que acertamos.


📌 Exemplos de gamificação na educação:


Muitas plataformas online utilizam elementos de gamificação, como pontos, "badges", rankings e níveis, para motivar os alunos a estudar. No entanto, o método não deve ser visto exclusivamente sob a ótica da tecnologia aplicada em sala de aula, mas, sim, deve ser vista como técnica lúdica que pode acontecer sem a mediação de tecnologia.


Simulações de situações reais, como experimentos científicos ou negociações comerciais, permitem que os alunos aprendam de forma prática e divertida. Ou seja, pode ser interessante aos docentes construir situações de aprendizagem onde os (as) estudantes possam participar de modo ativo no processo, onde cada estudante tenha a capacidade de usar os seus saberes já existentes, descobrir procedimentos que ainda não dominam mas podem auxiliar na resolução e, por sim, que estimule a participação de todos no processo.


A criação de quizzes e desafios gamificados torna a revisão do conteúdo mais interessante e interativa. Em suma, ao invés de propor testes repetitivos, estressantes e demasiadamente exaustivos, os professores e professoras podem criar situações onde este tipo de vivência seja mais leve, mais alegre e motivadora. Pode-se usar o mecanismo competição, caso seja interessante para a situação de aprendizagem, ou pode criar uma métrica onde cada estudante desafia a superação de si mesmo, ultrapassando suas próprias dificuldades e evitando a comparação com os colegas.


A utilização dessas técnicas permite criar experiências de aprendizado imersivas e envolventes. Aqui reside a essência metodológica, quando um docente planejar uma situação ludificada ou gameficada, deve cuidar para a prática do estudante ser ativa num contexto que lhe pede tal postura. Os alunos trabalham sozinhos ou em equipe para resolver enigmas e desafios, físicos e intelectuais, aplicando os conhecimentos adquiridos em sala de aula.


📌Benefícios da gamificação e responsabilidades:

 

Estudos em pedagogia e estudos patrocinados por empresas que investem nesta metodologia mostram que a gamificação pode melhorar o desempenho dos alunos em diversas áreas. Já é possível encontrar bibliografia qualificada para conhecer e aplicar de modo responsável tais técnicas de ensino. Mas, precisamos reconhecer que a euforia com as situações lúdicas e gamificadas tem produzido no contexto escolar e até mesmo no seio dos lares um uso sem mediação destes recursos, o que pode gerar efeitos negativos em perspectiva psicológica uma vez que não há controle humanizado dos reforços positivos e negativos que a atividade está provocando.


Ao tornar o aprendizado mais divertido e engajador, a gamificação ajuda os alunos a reter o conteúdo por mais tempo. O que antigamente era tratado como memorização de determinado objeto de aprendizagem ganhou instrumentos novos e mais eficientes para utilização. No entanto, cada tipo de atividade gamificada possui suas virtudes e suas limitações. Por isso, parece-nos importante recomendar que toda e qualquer atividade ludificada ou gamificada deva ser experienciada sob a supervisão de um profissional que possa verificar os impactos das atividades.


A gamificação pode promover o desenvolvimento de habilidades como criatividade, colaboração, comunicação e resolução de problemas, que são essenciais para o sucesso no mundo atual. Lembrando sempre a necessidade de mediação de um profissional capaz de mensurar os efeitos integrais no sujeito e não exclusivamente cognitivos.


📌Considerações Importantes:


É importante encontrar um equilíbrio entre os elementos de jogo e o conteúdo a ser aprendido. Toda prática educacional possui intencionalidade, mas, acima de tudo, toda prática educacional possui a preocupação em formar integralmente o sujeito educando.


A gamificação deve ser adaptada às necessidades e interesses de cada aluno. A personalização pode em muitos momentos evitar a comparação entre os membros de um determinado grupo e levar todos ao objetivo comum da aprendizagem, mas, este é um processo que depende do empenho firme docente e não do meio utilizado para torna a situação lúdica ou gamificada.


Os objetivos de aprendizagem devem ser evidentes e alinhados com os elementos de gamificação. Toda situação de aprendizagem possui bem determinados os objetivos, ou seja, quando aplicarmos esta metodologia ela deve ser compreendida como uma situação momentânea e com prazo de início e fim. Talvez não seja interessante submeter por longos períodos os (as) estudantes submetidos a esta lógica sob a consequência de tornar mais difícil lidar com atividades de outro cunho, tais como os saberes tradicionais exigem como ler por tempos maiores, escrever de maneira individual sem recurso externo, aplicação de metodologias científicas, linguísticas, expressivas, filosóficas e matemáticas.


📌 Por fim...


Em suma, a gamificação é uma ferramenta poderosa que pode transformar algumas situações da educação, tornando-a mais eficaz, engajadora e divertida. Ao utilizar elementos de jogos, a gamificação pode motivar os alunos e alunas, desenvolver habilidades importantes e promover o aprendizado significativo.


Como toda técnica, é preciso dominar os fundamentos, planejar as aplicabilidades e avaliar com cautela os impactos que serão produzidos. Por isso, embora estejamos vivendo uma espécie de euforia das metodologias ativas, da luduficação ou gamificação na educação, devemos ter compromisso com todas as demais dimensões que envolvem os processos educativos, formativos e escolares.


E você, já aprendeu algo de modo lúdico? Que tal contar as suas experiências no campo de comentários abaixo?


#educação; #metodologias ativas; #lúdico; #ludificação; #gamificação; #jogos educativos; #situações de aprendizagem; #responsabilidades com aplicação metodológica.


O seu apoio fortalece o nosso trabalho. Caso possa, ajude este texto a chegar para mais pessoas: Compartilhe, comente e curta!


Até breve.

Respeitosamente/Atenciosamente.

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Relações Desumanas no Trabalho

 



Saudações. 


O ambiente de trabalho, que deveria ser um espaço de crescimento e desenvolvimento, ou no mínimo um lugar de busca por alguma harmonia social, muitas vezes se transforma em um campo minado de relações desumanas. A pressão por resultados, a competitividade exacerbada e a falta de empatia têm gerado um cenário cada vez mais desgastante para os profissionais.


Talvez seja demasiado esperançoso esperar do ambiente laboral possibilidades de crescimento e desenvolvimento, mas, sinceramente, talvez o nosso contexto pode ser chamado de cruel. As relações humanas básicas estão deterioradas. Um colega ou nós mesmos adoecemos, qual a reação dos que ficam no trabalho e dos "chefes"? Somos tratados com amizade, coleguismo e um mínimo de atenção, ou somos vistos como um problema, uma pessoa que atrapalha na ocasião? Quem se importa em saber como estamos nestes momentos? 


Muitas são as situações em que relações desumanas acontecem nos espaços profissionais de nossos tempos, para tentar elucidar a questão, gostaria de expor algumas condições degradantes que estamos sujeitados. Quem sabe buscando esclarecer não mudamos um pouco a nossa experiência? 


Sentir-se valorizado é fundamental para qualquer profissional. A ausência de reconhecimento pelo trabalho realizado pode gerar desmotivação e insatisfação. A falta de reconhecimento pode ser ilustrada de várias formas: quando o profissional é tratado como substituível de modo recorrente, quando o trabalho desempenhado é tratado como feito que qualquer um poderia fazer, ou, quando ausente todos se comportam como se tudo estivesse normal e a ausência fosse irrelevante. 


Atitudes como humilhação, críticas constantes e isolamento podem causar danos psicológicos e físicos aos trabalhadores. Estas situações são recorrentes nos ambientes profissionais, muito embora as justificativas não sejam sempre explícitas. Quando o ambiente produz um grupo que supostamente está "alinhado" e outro que não, o desgaste é inevitável. Obviamente, quando existe relações de poder envolvidas, as situações se tornam ainda mais cruéis.


A exigência de cumprir metas cada vez mais altas em prazos curtos pode levar ao estresse e à exaustão. O mito do máximo de trabalho com o mínimo de recursos, para otimizar gastos, leva aos que estão trabalhando no limite de uma vulnerabilidade única. Quando os resultados ou falhas acontecem, a aparência é que tal pessoa foi incompetente, quando, na verdade, a estrutura desgastou tanto que tornou inviável cumprir as expectativas. A frustração se torna pessoal, mas trata-se de uma falha coletiva. 


A comunicação explícita e eficaz é essencial para um bom relacionamento interpessoal. A falta dela pode gerar conflitos e mal-entendidos. Quando se pressupõe atuações e responsabilidades, sem a existência de combinados firmados, aqueles que se julgam afetados passam a realizar julgamentos injustos que humilham os que estão no objeto da crítica. 


As relações desumanas no trabalho não são apenas um problema individual, mas um problema social que precisa ser combatido. É fundamental que as instituições e empresas invistam em um ambiente de trabalho mais humano e saudável, onde todos se sintam valorizados e respeitados. E, nós trabalhadores (as) temos obrigação de fazer nossa parte e atuar sistematicamente em nome da humanidade nas relações laborais.


Comente abaixo e me diga o que achou deste texto! Contribuiu para pensar a respeito do tema?


#relaçõesdesumanas #trabalho #bemestar #saudemental #culturaorganizacional


Até breve.


domingo, 1 de setembro de 2024

 "Naquela Mesa": Uma experiência de memória e saudade


Saudações.


A canção "Naquela Mesa", imortalizada na voz de Nelson Gonçalves e de tantos intérpretes ilustres, transcende as notas musicais e se transforma em um verdadeiro retrato da alma humana através de uma poética única. Através de versos simples e carregados de emoção, a música nos convida a uma profunda reflexão sobre a importância da família, da memória e da inevitabilidade da perda.


Para que você possa sentir do que estou falando e dos motivos pelos quais escolhi esta música, gostaria de compartilhar algumas das versões que mais gosto e emocionam:







📌A mesa como símbolo:


A mesa, elemento central da canção, representa muito mais do que um simples móvel. Ela se torna um símbolo do lar, do aconchego e dos momentos compartilhados com os entes queridos. É ao redor da mesa que se reúnem as famílias, que se contam histórias e que se fortalecem os laços afetivos.


Quando pensamos na expressão "naquela mesa", o nosso imaginário faz uma ligação direta com nossas memórias, proporcionando imediatamente uma imagem mental para nós, imagem esta que nos leva as nossas próprias histórias de casa. Foi naquela mesa que recebemos os conselhos, que ouvimos as anedotas, que conversamos sobre os planos de família... em suma, a figura da mesa nos suscita memórias, lembranças e afetos.


📌A ausência e a saudade:


No entanto, a canção também nos confronta com a dor da ausência. A mesa, antes repleta de vida e alegria, torna-se um lugar de saudade e melancolia. A figura paterna, antes presente e acolhedora, agora está ausente, deixando um vazio imenso no coração de quem ficou.


É evidente que a música "pega" mais quem passou pela perda, mas, não é só sobre essa ligação pessoal que a música afeta. Na verdade, a canção proporciona uma dimensão de ancestralidade, de ligação com nossas raízes familiares, entendendo este termo menos como categoria e mais como laço afetivo.


No fim das contas, quem ficou, quem experiencia a vida, precisa lidar com o fenômeno da finitude e a tristeza não é dispensável, mas, ao contrário, é uma experiência fantástica da vida por nos colocar na dimensão precisa de lidar com a falta que nos faz os lugares vazios que outrora foram preenchidos por pessoas amadas.


📌A força da memória:


Mesmo diante da dor, a música nos mostra a força da memória. As lembranças dos momentos vividos ao redor daquela mesa são como um bálsamo para a alma, permitindo que a figura do pai continue viva no coração de quem o amou.


A memória é uma forma de existência real. Através da memória podemos superar a nossa limitação temporal do agora, fazendo do passado uma força do hoje. A música explora isso de forma magnânima, demonstrando o nosso potencial de honrar os nossos afetos e lembrar como nos tornamos estes de hoje.


📌Um legado atemporal:


"Naquela Mesa" é mais do que uma simples canção. É um hino à vida, à família e à memória. Suas palavras ecoam em nossos corações, nos lembrando da importância de valorizar os momentos presentes e de cultivar os laços afetivos.


Talvez nem todas as pessoas tenham a sorte deste tipo de vínculo trazido na canção, mas, inclusive para quem não teve, ergue-se a possibilidade de sentir este tipo de experiência. Por isso, talvez não seja exagero falar que a música possui um legado atemporal.


Naquela mesa é uma expressão poética do amor, da valorização da vida e da memória, expressão de nostalgia e saudade, mas, acima de tudo, é expressão da condição humana que está sujeita as tristezas e saudades oriundas de nossa finitude. 


📌Explorando a letra:


Nada que eu fale ou tente explicar pode substituir o contato direto com a poesia e a potência do próprio compositor. Por isso, para finalizar este texto gostaria de lhe proporcionar o contato direto com o que tentei expor.


Naquela mesa


Naquela mesa ele sentava sempre

E me dizia sempre o que é viver melhor

Naquela mesa ele contava histórias

Que hoje na memória eu guardo e sei de cor


Naquela mesa ele juntava gente

E contava contente o que fez de manhã

E nos seus olhos era tanto brilho

Que mais que seu filho

Eu fiquei seu fã


Eu não sabia que doía tanto

Uma mesa num canto, uma casa e um jardim

Se eu soubesse o quanto dói a vida

Essa dor tão doída não doía assim

Agora resta uma mesa na sala

E hoje ninguém mais fala do seu bandolim


Naquela mesa 'tá faltando ele

E a saudade dele 'tá doendo em mim

Naquela mesa 'tá faltando ele

E a saudade dele tá doendo em mim


Agora resta uma mesa na sala

E hoje ninguém mais fala do seu bandolim

Naquela mesa 'tá faltando ele

E a saudade dele 'tá doendo em mim

Naquela mesa 'tá faltando ele

E a saudade dele 'tá doendo em mim


Eu não sabia que doía tanto

Uma mesa num canto, uma casa e um jardim

Se eu soubesse o quanto dói a vida

Essa dor tão doída não doía assim

Agora resta uma mesa na sala

E hoje ninguém mais fala do seu bandolim


Naquela mesa 'tá faltando ele

E a saudade dele 'tá doendo em mim

Naquela mesa 'tá faltando ele

E a saudade dele 'tá doendo em mim



Fonte: LyricFind

Compositores: Sergio Bittencourt

Letra de Naquela mesa © Editora e Importadora Musical Fermata do Brasil Ltda.




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E você, tem alguma lembrança especial relacionada a uma mesa e à família? Compartilhe nos comentários!



Até breve!



quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Como estudar através de Fichamento?

 



Saudações!


Estudar corretamente, com método e instrumentos adequados, tornou-se um diferencial em nossos tempos, e, talvez, sempre foi. No entanto, por mais que estejamos em uma era de muitos recursos e ferramentas ainda não podemos afirmar que as pessoas estão estudando mais e melhor. Na verdade, basta uma simples conversa com quem passou as últimas décadas em sala de aula para ouvir uma experiência consistente de como as coisas mudaram neste tempo, especialmente nos tempos e qualidades dos estudos realizados por nossos estudantes (os motivos são muitos para tal afirmação, mas, não é o caso tratar aqui nesta ocasião).


Para contribuir com quem está com dificuldades nesta importante atividade humana estou produzindo esta série de materiais de como estudar. Nesta ocasião, vou tratar de um método antigo, mas que possui qualidade para tratar uma gama considerável de objetos de aprendizagem e são fundamentais para que você possa se qualificar.



📌O que é um fichamento?


Usamos a palavra fichamento ou fichar para indicar uma ação e o resultado desta, na verdade, a ação de fazer fichas, que em nosso caso especial são fichas de estudo.


Fichar é criar um meio organizado de anotações, de seleção de dados, de definições conceituais, de resumo personalizado de um livro, artigo ou qualquer outro material de estudo. É uma ferramenta poderosa para organizar ideias, memorizar informações e facilitar a revisão dada a necessidade do esforço para expressar em um espaço determinado e curto enquanto se realiza o esforço de produção.


O bom fichamento é aquele que concentra o máximo de significados, informações e dados com o mínimo de recursos gráficos - desculpe a definição grosseira, mas é para criar um parâmetro bem definido para o método que é centrado no esforço de aglutinar sentidos e não na estética gráfica (esta última é apenas um recurso e pode ser muito fértil se bem utilizada).


📌Por que e quando fazer um fichamento?


Para melhorar a compreensão. Ao resumir as ideias principais de um determinado objeto de aprendizegem você aprofunda o seu entendimento sobre o assunto.



Para facilitar a memorização: Ao organizar as informações de forma visual e organizada, a memorização se torna mais fácil de acontecer. Afinal, você dedicou tempo de qualidade interagindo com as informações que deseja manter na memória. 


Para realizar a revisão de algo: Com um fichamento bem feito, você encontra rapidamente o que precisa na hora de estudar para provas ou trabalhos, criando uma dinâmica própria e pessoal para a sua aprendizagem.


Quando pretende desenvolver a capacidade de síntese: Ao resumir textos ou outros objetos de aprendizagem, você aprende a identificar as ideias mais importantes e a expressá-las de forma concisa através de uma processo de seleção deliberada.


📌Como fazer um fichamento?


1° Escolha o tipo de fichamento: 


Existem diferentes tipos de fichamentos, como o de citação direta (transcreve trechos do texto), o de resumo (apresenta as ideias principais com suas próprias palavras) e o misto (combina os dois).


Descubra qual o tipo mais adequado ao seu modo de aprender, o mais funcional para as suas necessidades e qual o mais alinhado com os seus objetivos na situação de estudo.


2° Organize suas fichas: 


Crie um modelo de ficha que funcione para você. Inclua informações como título do texto, autor, data, página e o resumo ou citação. Neste momento a preocupação estética pode ser aplicada, mostrando o seu capricho, mas, acima de tudo, criando elementos gráficos que lhe ajudem a realizar a tarefa.


Fique tranquilo, com o tempo é comum que os fichamentos mudem de estrutura, de formas e conteúdos, afinal, conforme conhecer mais a si mesmo, compreenderá os caminhos mais férteis e os recursos mais necessários. 


3° Leia atentamente o texto: 


Sublinhe as partes mais importantes e anote suas dúvidas. É importante entender que a ficha é o produto final neste método, logo, é importante você ter recursos de rascunho e anotações livres antes de concretizar o resultado final.


Não deixe as dúvidas permanecerem dúvidas. Use as suas inferências do objeto de estudo como referência para solucionar as suas dúvidas. Caso não seja possível, isso significa que a sua pergunta não encontrará resposta neste objeto, ou seja, necessitará de novas oportunidades de aprendizagem e estudos. Este processo é contínuo, nem tudo precisa se resolver de uma vez.



4° Resuma ou cite: 


Escreva as informações mais relevantes, usando suas próprias palavras ou transcrevendo trechos do texto. Preocupe-se em manter uma estrutura de linguagem explícita. A ficha é um apoio para entender um objeto de aprendizegem, então, na ficha devemos ter cuidado para dar as "pistas" precisas para que você encontre o que precisa.


5° Revise seu fichamento: 


Verifique se as informações estão corretas e se o resumo é claro e conciso. Caso esteja tudo bem determinado, sua ficha está feita. Caso sinta falta de alguma informação, de alguma indicação ou referência, busque melhorar o seu fichamento e em caso de necessidade refaça-a.


📌Para finalizar o seu fichamento:


Evite copiar grandes trechos do texto original, assim garante o esforço de sua compreensão. Caso precise, cite de forma objetiva, ou seja, selecionando bem a passagem que será transcrita. 


Seja objetivo, assim o fichamento cumpre a sua função de instrumento do seu processo de aprendizagem, mantendo a finalidade de recurso simples que lhe permite saber tudo que tem no material estudado e pode ser consultado numa ocasião futura.


Faça desenhos ou diagramas. Os elementos gráficos podem lhe ajudar a entender melhor uma determinada estrutura sequencial, ciclica, horizontal, vertical ou seja qual for a natureza do raciocínio que esteja estudando.


Utilize diferentes cores. Destaque as ideias principais e facilite a visualização. Busque criar certo padrão de cores para facilitar o momento em que terá que revisitar seus fichamentos, ou seja, se todo conceito você registra de azul e todo exemplo de preto na hora que estiver buscando o conceito ideal para uma situação poderá verificar primeiro a semelhança dos exemplos para posteriormente verificar a adequação ao conceito. Este procedimento pode ser útil em muitas situações diferentes e em várias áreas do conhecimento. 


Revise seus fichamentos regularmente. A verificação e a repetição é a uma auxiliar da aprendizagem. Você poderá aperfeiçoar o seu processo de aprendizagem a cada esforço novo que fizer.


📌 Por fim... sobre o método.


O fichamento é uma ferramenta simples e eficaz para melhorar seus estudos, um excelente método para que você assuma postura ativa diante de um objeto de aprendizegem. Ao dedicar um tempo para organizar suas ideias, você estará investindo no seu sucesso acadêmico.


Lembre-se: O mais importante é encontrar um método que funcione para você. Adapte essas dicas e crie um sistema de estudo personalizado, valorizando suas habilidades já existentes e desafiando a construção de novas.


Gostaria de mais dicas sobre como estudar de forma eficaz?


Palavras-chave: #fichamento #estudar #dicasdeestudo #produtividade #aprendizagem


Ficou com dúvidas? Gostou do conteúdo? Acha que este texto pode ajudar mais alguém? Caso possa e queira, comente, curta e compartilhe para apoiar a produção de conteúdos de qualidade!


Abraços fraternos. 

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

26/08/2024 ‐ Homegem aos dois anos da morte de meu mestre

 


Saudações.


De antemão gostaria de me desculpar pelos erros de gramática, semântica e/ou outros que cometa neste texto. Nesta ocasião permiti a emoção tomar o lugar das mãos que digitaram o texto, sem revisão ou releitura, assim, quem sabe, algo mais puro da psiquê seja expresso.


Hoje, dia 26 de agosto de 2024, a data é demasiadamente triste, ao menos para mim. Faz dois anos que estou privado da relação com o meu maior mestre, o meu querido pai José. Ainda tenho a enorme alegria de ter minha maior mestra, minha querida mãe Célia, da qual espero ter longa experiência e muitas lições, mas, infelizmente, hoje, longe de meu amado pai.


A vida nos proporciona pessoas especiais para nos fornecer oportunidades de aprender, foi muita alegria ter o privilégio de nascer filho do Zé! Foi meu pai que ensinou que muitas vezes a nossa existência sofre, mas, em todas essas experiências estamos ao lado de pessoas que fazem tudo valer a pena.


Ele lutou para conseguir oportunidades para si, mas cada oportunidade que conquistou o levou a compartilhar os frutos com os outros. Ele lutou várias batalhas sozinho, a maioria ao lado de sua esposa, minha querida mãe, muitas com seus filhos, meus queridos irmãos e eu, mas, com certeza ele dividiu tudo para melhorar este mundo através de cada pessoa que pode atingir. Atingiu muita gente, felizmente!


Meu querido pai permitiu que eu entendesse com muita nitidez que educação e sabedoria não dependem de escolaridade, mas, dedicou a sua vida inteira para que meus irmãos e eu pudéssemos desfrutar da melhor escolarização, da melhor educação e da melhor sabedoria. O que mais um pai deve ofertar aos seus filhos?


Houve épocas de abundâncias materiais e outras de escassez. No entanto, nunca houve época de escassez de amor, companheirismo, amizade, dedicação e alegria. Leciono há mais de uma década filosofia, mas, confesso que a lição que mais tento valorizar é a humanização e esta "matéria" aprendi com meus mestres de casa. O meu querido pai era amigo das pessoas simples e das pessoas complexas, era amigo daqueles que não tiveram oportunidades e de quem teve muita oportunidade, era amigo de alguém que via pela primeira vez e de quem conhecia por décadas. Amizade, no sentido que proponho aqui, era respeitar integralmente, nunca se colocou acima de ninguém e jamais permitiu ficar abaixo de ninguém. Existe algo mais humano que isso?


Muitas vezes recebemos o que nos oferecem, muitas vezes oferecemos para os outros, por isso a grande pergunta: se não temos controle do que recebemos, então nosso esforço deve se concentrar em quê?


Neste segundo ano desde a perda confesso que ainda não superei tudo que passamos. Sinceramente, hoje, não penso mais em superar. Nada poderá amenizar a tristeza e a saudade, nada vai substituir o abraço e a boa prosa. Nada vai superar o amor que vivemos em forma de cotidiano. Não há arrependimento e não há o que eu não tenha dito que ele não sabia. Essa tristeza que está comigo é uma tristeza que levarei até o fim dos meus dias, porquê se não for deste jeito seria muito estranho, seria desumano.


Meu querido pai, sinto tanto a sua falta que converso com você, peço conselhos e troco miudezas com o vento. De alguma forma sei que está aqui, como algo espiritual místico ou simplesmente porquê somos uma só coisa de alguma maneira. Na verdade, tudo que você construiu tornou eterna a sua existência e isso conforta cada lágrima deste rosto que lhe escreve essa pequena homenagem. Queria ter palavras melhores para expressar a verdade toda, mas, enquanto não possuo, escrevo com toda a verdade que cabe nas que tenho agora.


Pai, você está aqui. Sempre estará!


segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Como estudar? (Parte III - lidar com a falta de motivação)

 


Saudações.





Em nosso último texto desta série destacamos a importância da motivação para os estudos, mas, é evidente que um grupo de pessoas significativamente terá dificuldades para construir a motivação necessária ao estudo por fatores variados e que devem ser enfrentados. Por isso, a ideia da continuidade é trazer para nossa deliberação e reflexão certos aspectos que talvez possam contribuir para quem enfrenta as dificuldades de criar a sua motivação para o bom desenvolvimento dos estudos.


A motivação é um processo complexo influenciado por diversos fatores internos e externos. Dadas as condições de nosso tempo, banalizamos as discussões acerca da motivação, restringindo seu sentido a aspectos de vontade individual ou de supostas ideologias, seja lá o que querem dizer com isso, devido aos discursos oriundos dos muitos charlatões ou de pessoas mal formadas que assumiram protagonismo devido as redes sociais. 


Embora não haja uma fórmula única, nem seja possível diminuir a complexidade do tema, podemos descrever alguns dos principais mecanismos envolvidos no processo construtivo da motivação e detectar mecanismos que podem contribuir na ausência ou falta de motivação que um grupo de pessoas sente, criando alternativas de ações.





A motivação, como já vimos brevemente, é um conceito que descreve a ação humana de reconhecer os motivos pelos quais algo é merecedor de nosso esforço, ou seja, é a íntima relação que cada sujeito estabelece para relacionar aquilo que compreende como parâmetros de existência e determina o esforço que parece razoável para cada ação que se realiza no cotidiano.


Quando sentimentos de falta ou desejo por algo acontecem é comum que o sujeito tenha atitudes que impulsionam a ação. As necessidades podem ser fisiológicas (comida, água, sono), psicológicas (amor, pertencimento, realização) ou sociais (status, reconhecimento, valorização). Logo, desta perspectiva, reconhecer as suas faltas através de um processo genuíno de humildade é vital. Precisamos construir a consciência que sempre falta mais uma aula, sempre falta mais uma leitura, sempre falta mais um passo.  Este reconhecimento não significa uma corrida sem fim, significa o reconhecimento que sempre se chega em um lugar de conquista ao mesmo tempo que são abertas possibilidades para mais uma conquista. Não glorificar uma conquista e não menosprezar os seus próprios feitos.


Somente através de buscas de autoconhecimento e de conhecimento externo é possível delimitar "metas" bem determinadas, que podem ser reconhecidas como desafios que podem ser conquistados, alterando aspectos do comportamento que o indivíduo entenda a importância e a faça com expectativa de sustentar a mudança - evitando recompensas imediatistas que não produzem hábitos virtuosos. Esta busca de autoconhecimento e conhecimento é métrica mínima para que qualquer indivíduo possa estabelecer as ações necessárias para concretizar seus objetivos.


Gerenciar ou organizar as suas próprias expectativas é o que pode lhe causar a motivação necessária para concretizar suas ações. Somente sabendo o quanto você aguenta ler num dia você poderá saber se dá conta de tudo que gostaria para aquela unidade de tempo determinada e, ainda, caso reconheça uma incapacidade, você poderá delimitar um plano mais adequado ao seus desenvolvimentos. Isso vale para a leitura, para a quantidade de aulas, para a quantidade de escrita, para a qualidade das relações e participações em atividades educativas.


Estabelecer valores tem haver com a importância que você atribuiu a situação, quais os objetivos e a intensidade que tal objetivo possui em sua existência. Quanto maior o valor que você atribuir a algo, maior a sua força interna e disposição para o esforço. Ainda, todo o esforço feito por você receberá alguma recompensa ou alguma consequência negativa, desta forma, criar oportunidades de fortalecer os comportamentos desejados, reconhecendo os benefícios de suas ações fará a sensação boa do estudo. Estudar é muito bom, mas algumas pessoas ainda não descobriram isso...


Use sempre as suas emoções como métrica, aproveite os entusiasmos, as esperanças e confianças para aumentar a produtividade do estudo. Use seu medo, suas frustrações e tristezas como sinais que permitem reconhecer aquilo que precisamos trabalhar para evitar nas situações de estudo.






A motivação é um processo dinâmico e multifatorial. Ela se desenvolve a partir da interação entre necessidades, objetivos, expectativas, valores, reforço e emoções. Compreender os mecanismos da motivação é fundamental para promover o engajamento e o desempenho em diversas áreas da vida. Por isso, dedique um tempo de sua vida para cuidar de seu autoconhecimento e suas capacidades de compreender o mundo, assim você poderá ter as melhores ferramentas para enfrentar os seus desafios de vida.


Gostaria de saber mais sobre algum aspecto específico da motivação? Caso queira, comente aqui neste texto que poderei produzir mais textos para esclarecer as suas dúvidas. Por fim, caso possa, comente o que achou do texto, faça críticas, compartilhe com quem acha que pode gostar deste conteúdo.


Atenciosamente/Respeitosamente

Prof. Ricardo de Jesus Lopes



sábado, 10 de agosto de 2024

Mergulhando nos Fundamentos: Uma importância vital da Filosofia


Saudações estimadas leitores e estimados leitores.


Quando não é oportunidade de mostrar a importância da tradição filosófica? Sempre que tenho oportunidade em espaços não convencionais, ou grupos de amigos (as), procuro garantir uma fala para defender o meu ofício, mas, acima de tudo, de ser mais uma voz que defende a contribuição única que a Filosofia oferece para cada ser humano e para toda a espécie.


Palavras-chave: Filosofia; Metafísica; Epistemologia; Ética; Lógica; Estética; questões da existência.






A Filosofia não é só isso, mas é um excelente convite à reflexão de cada pessoa e uma excelente oportunidade para a humanidade.


Imagine um mapa que nos guia pelas grandes questões da vida, especialmente mostrando que embora cada um de nós esteja sozinho em alguma perspectiva, todos nós compartilhamos a humanidade. Qual a origem do universo, da natureza, da realidade, o significado da existência?  O estudo da tradição da filosofia é ter contato com esse mapa, um convite à reflexão profunda sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos ao lado das mentes que dedicaram a vida para produzir algo relevante e significativo para nossa espécie.


Neste texto, faremos uma jornada por alguns temas fundamentais que moldaram o pensamento filosófico ao longo dos séculos e que podem ser ocasiões encantadoras para despertar ao filosofar. Sem a menor pretensão de esgotar o assunto, nosso objetivo é despertar a curiosidade e convidar você a se aventurar nesse universo de ideias.






Em perspectiva da tradição filosófica, algumas áreas e conjunto de ideias formam pilares da filosofia.


Existe algo além da realidade material? O que existe além da realidade material? Qual a natureza da realidade? Questões sobre o ser, o existir, a substância, a realidade, a natureza, o espaço e o tempo compõem aquilo que a tradição filosófica chama de METAFÍSICA.


O humano é capaz de conhecer o mundo? Como adquirimos conhecimento? O que podemos conhecer de verdade? A busca pela certeza e a natureza da verdade é o objeto daquilo que na tradição filosófica se chama EPISTEMOLOGIA.


Por que somos como somos? Por que agimos como agimos? O que é o bem? Qual o sentido da vida? A busca pelos princípios morais que guiam nossas ações são os limites de um campo fértil da tradição filosófica chamada de ÉTICA.


Tudo que pensamos está certo? Como distinguir um pensamento correto de um falso? Como pensamos de forma correta? Quais são os princípios do raciocínio válido? A busca pela clareza e coerência no pensamento constitui o escopo de investigação da LÓGICA como uma das mais tradicionais áreas da filosofia em todos os tempos.


Por que algumas manifestações nos tocam com prazer e outras nos causam repulsa? O que é a beleza? Qual a função da arte? A busca pela compreensão da experiência estética e da estética no campo artístico constitui o conteúdo daquilo que a tradição filosófica chama de ESTÉTICA.


Grandes filósofos e grandes filósofas ao longo do tempo e de lugares trabalharam estas e muitas outras questões e registraram suas ideias, compreensões, interpretações e acima de tudo os critérios que os levaram a pensar como pensaram proporcionando uma das áreas de conhecimento mais antigas e mais interessantes já produzidas pela humanidade. Não é possível imaginar nenhum tema ou conteúdo que de alguma forma não pode se associar a uma produção filosófica muito relevante.


Tendo em vista que a tradição filosófica é abrangente na mesma medida que rigorosa é comum que outras áreas do conhecimento falem sobre assuntos filosóficos, mas, um destaque que é pertinente: não é porque falamos em vários momentos de questões filosóficas que estamos falando de forma filosófica. Para melhor ilustrar isso basta pensar em certos temas que podem ser maravilhosos convites para você acessar a filosofia, mas que não necessariamente lhe colocam filosofando. A busca pela verdade interior, o autoconhecimento é um dos temas mais antigos da filosofia, mas, também é tema de tantas outras áreas e até dos charlatões. Como a filosofia trata tal tema? Que tal investigar sobre como o método socrático foi elaborado e qual a sua contribuição sobre a busca da verdade interior?


Em algum momento de sua vida já pensou que possui uma alma? Você tem ideia de onde surgiu esta ideia de sermos portadores de uma alma além do corpo?  Tem ideia de quem já falou sistematicamente sobre o tema? Já pensou que além das coisas materiais o mundo possui uma realidade inteira composta exclusivamente de ideias? Já refletiu sobre o que é verdadeiramente justiça diante de uma sensação de injustiça? Já indagou acerca das ilusões que já teve e quais os modos que você conseguiu sair da falsidade? Será que o pensamento, a reflexão e a razão se desenvolvem do mesmo jeito em todas as pessoas ou será que isso que achamos que nos une é uma farsa? Aqui, neste montante questões, muitas pessoas dedicaram o rigor e o trabalho mais consistente possível para superar os problemas, outras tantas formas de pensar também se desenvolveram com as mesmas questões, utilizando métricas diversas. Como comparar o pensamento da tradição filosófica com outras produções humanas? Só tem um jeito, caso nos colocamos na posição de ter uma vida intelectual, que não ignore os problemas e as incompreensões e engaje na busca pelo saber a filosofia é o único caminho!






A filosofia é uma jornada sem fim, isto significa que mesmo sem ter um fim o caminho permite o percorrer único e com critério para lidar com toda a complexidade da existência, do mundo natural e de nós mesmos. A filosofia não é apenas uma disciplina acadêmica, mas uma forma de vida onde a preocupação com as questões e as respostas que movem a realidade nunca podem ser ignoradas ou diminuídas. Ao refletir sobre as grandes questões da existência, ampliamos nossa compreensão do mundo e de nós mesmos. A jornada filosófica é um convite à autonomia intelectual e à busca por uma vida mais significativa.


Por isso, todas as vezes que você tiver oportunidade, que tal fazer como eu e criar uma condição de defender a importância da filosofia, tornando-a mais valorizada e enriquecendo as compreensões humanas e o nosso desenvolvimento pessoal.


Espero que tenha gostado deste texto e caso possa comente e compartilhe para alcançar o máximo de leitores e leitoras possíveis.


Obrigado pela oportunidade.

Atenciosamente.

domingo, 28 de julho de 2024

COMO A FILOSOFIA É VISTA PELO SENSO COMUM?



Saudações estimados leitores e leitoras.

A filosofia, por vezes, infelizmente, é alvo de diversos preconceitos que limitam sua importância e valor dentro da representação social dos saberes e em perspectiva de contribuição nas transformações que podem melhorar a realidade vigente.

Estas ignorâncias que o senso comum demonstra acerda da filosofia, no sentido estrito do termo, revela tanto um caráter contra a vida intelectual quanto uma matriz de cultura que valoriza um tipo de instrução absolutamente voltada para outras questões que não as definitivamente consagradas pela tradição milenar da razão humana.

Entender o sistema de pensamento que se faz contra a tradição filosófica ajuda a compreender quais são os valores e as defesas que as filosofias procuram ser fiéis. Nesta ocasião, gostaria de trazer para a nossa reflexão estes modos pelos quais o senso comum entende a filosofia para desmistificar e demonstrar as falhas que no geral acusam os filósofos e filósofas.

Alguns dos preconceitos mais comuns contra a tradição filosófica são:

"A filosofia é inútil": Muitas pessoas acreditam que a filosofia é uma atividade intelectual desprovida de aplicações práticas no mundo real, o que é absolutamente falso. Toda a linguagem e tradição filosófica visam entregar para os que se dedicam à área os instrumentos mais adequados para compreender o mundo real e, por sua vez, atuar em tal mundo.

Talvez o mito da inutilidade da filosofia seja tão antigo quanto a própria filosofia, bastando uma breve leitura sobre a biografia dos filósofos em todos os períodos históricos para notar tal preconceito. Entretanto, uma vida intelectualmente ativa demonstrou ao longo da história ser a métrica pela qual as ações humanas reduzem os sofrimentos e barbáries que os homens e mulheres de pouca dedicação ao pensar produziram.

A filosofia exercita o pensamento crítico, a resolução de problemas e a capacidade de argumentar, habilidades essenciais em diversas áreas da vida, ou seja, mesmo para aqueles que não querem dedicar a vida ou carreira ao estudo da tradição filosófica, o estudo dela lhe possibilitaria um exercício muito funcional para o seu próprio campo de atuação.

Por fim, mas não menos importante, a pergunta que cabe diante deste preconceito é: por que algo precisa necessariamente ser útil? É evidente que a utilidade representa uma capacida de resolver determinadas situações, talvez para objetos tal necessidade seja necessária, por exemplo para um martelo é necessário a sua utilidade para garantir a sua existência. Mas, para um humano, qual seria a utilidade que uma pessoa deve possuir? Ele ou ela não pode simplesmente ser a si mesmos (as)?

"A filosofia é muito difícil": Dos mesmos criadores do "quero saber o que tem dentro de um livro sem lê-lo", criou-se o mito da dificuldade exacerbada da tradição filosófica. 

O senso comum associa a filosofia a conceitos abstratos e complexos, inacessíveis à maioria das pessoas. Essa visão, porém, é um equívoco. A filosofia pode ser abordada de diferentes níveis e é uma ferramenta poderosa para entender a nós mesmos e o mundo ao nosso redor. Como qualquer tradição que por longo tempo desenvolve a si mesma, a qualidade e a complexidade exige que os participantes tenham "repertório" que lhes integre nas discussões mais elevadas. Ou seja, é previsível que ao acumular certo nível de complexidade aqueles que vão ingressar na tradição precisem passar por uma instrução anterior para conseguir interagir com os objetos mais desenvolvidos de uma área de conhecimento, isto não é exclusivo da filosofia e nem pressupõe que apenas pessoas inteligentes possam participar. Todos que realizam o esforço de compreender a tradição saberá se colocar diante dela. Todos que não realizam o esforço de estudo não compreenderão os discursos embasados na tradição. 

"A filosofia é coisa do passado": A filosofia é frequentemente associada a pensadores antigos, como Sócrates e Platão, o que leva à ideia de que ela é uma disciplina ultrapassada. No entanto, a filosofia continua a ser relevante e a gerar novas ideias e debates. Desde que passamos a registrar de forma escrita a tradição filosófica, por volta do século VII antes de Cristo até o nosso tempo, não houve em nenhum momento lacunas de produção filosófica, por isso, restringir a filosofia à Antiguidade é apenas desconsiderar a maior e mais ampla parte de desenvolvimento da filosofia.

Ainda, é preciso considerar que muitos povos, especialmente os não ocidentais, utilizaram e utilizam outros modos de produzir tradições que podem se associar ao que no ocidente se fixou como filosofia. Em suma, essa visão que a filosofia só existiu na Grécia Antiga com os chamados pensadores clássicos é um erro enorme que precisa ser combatido. Para colocar uma certa métrica que você, estimado leitor e leitora, possa se localizar, basta pesquisar acerca de Filosofia Antiga, Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea. Mas, também pode pesquisar em termos de tempos e localidades, tal como a filosofia chinesa de Confúcio, ou a filosofia do oriente médio com Avicena, ou sobre filosofias brasileiras, ou filosofias de qualquer que seja a sua curiosidade. Seja qual for a sua área de interesse tenho absoluta certeza que alguém, em algum tempo, produziu alguma contribuição filosófica a respeito. 

"A filosofia não tem respostas": Muitas pessoas acreditam que a filosofia se baseia em perguntas sem respostas definitivas. Embora a filosofia explore questões complexas e muitas vezes não tenha respostas absolutas, ela oferece ferramentas para pensar criticamente sobre essas questões e encontrar soluções criativas e estritamente racionais.

Toda e qualquer pergunta levantada pela tradição filosófica trouxe consigo uma resposta. Esse sistema de questionamento e buscas por respostas são duas partes de um único movimento, a filosofia. A verdade não é relativa em sentido de acreditar num sistemas de opiniões, a verdade e o conhecimento são determinados pelo nível de dedicação e criticidade para enfrentar as questões da existência humana e natural.

"A filosofia é elitista": Há quem acredite que a filosofia é uma atividade reservada a um grupo seleto de pessoas com alto nível de inteligência. No entanto, a filosofia é uma busca universal por conhecimento e compreensão, acessível a todos que se interessam pelo assunto.

É importante ressaltar que esses preconceitos são infundados e limitam a compreensão da importância da filosofia. Ao questionar nossas crenças e a realidade ao nosso redor, a filosofia nos ajuda a construir uma vida mais significativa e a tomar decisões mais conscientes. Talvez o pensamento filosófico ainda tenha muito para fazer, mas, uma coisa que é fato é: todos deveriam estudar mais filosofia.

Há alguns anos defendo um pequeno lema, "Por uma vida pensada e por um pensamento vivo". Este pequeno lema, no meu entender, é o que de melhor a filosofia pode oferecer para todos nós. Talvez a vida seja mistério, talvez miséria, talvez grandesa e previsível, no entanto, fato é que precisamos da coragem para compreendê-la e vivê-la!

Espero que gostem deste texto. Deixe seu comentário, sua curtida ou compartilhe para apoiar o nosso projeto!

Atenciosamente. 

sábado, 20 de julho de 2024

Uma introdução aos alicerces dos Direitos Humanos segundo a UNICEF

 


PALAVRAS-CHAVE: Direitos humanos; dignidade humana; dignidade da pessoa humana; reconhecimento de direitos; universalidade; igualdade; indivisibilidade; interdependência; inclusão.







Saudações estimados leitores e estimadas leitoras.

No intuito de construir um repertório verdadeiramente adequado sobre a temática dos direitos humanos que me intrigava pessoalmente e que constitui importante tema social, inicio de forma sistemática este estudo temático.

Neste Caderno de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos pretendo trabalhar questões pertinentes em perspectiva de relevância social e, com a mesma intensidade, vou buscar aprofundar as perspectivas epistêmicas, morais, políticas e jurídicas. Em suma, gostaria de conciliar a perspectiva científico-acadêmica do estudo com uma leitura das realidades históricas, com a expectativa de garantir um conteúdo significativo.

Nesta ocasião, parece-me pertinente utilizar uma instituição de referência nos chamados direitos humanos para pensar em termos introdutórios. Reconheço que o texto é curto, que as explicações são generalistas e que a linguagem utilizada visa mais alcançar o teor publicitário - no sentido estrito de tornar público - do que uma análise de cunho científico-acadêmico que acontecerá em outros momentos desta jornada de estudos e pesquisas.






O que são os Direitos Humanos?


Os direitos humanos são os pilares fundamentais que sustentam a ideia e a busca pela realização da dignidade humana, estabelecendo princípios universais que garantem a todos os indivíduos, sem qualquer distinção, o direito à vida, à liberdade, à segurança, à igualdade e à plena realização do seu potencial humano. A UNICEF Brasil, como uma das defensoras dos direitos humanos constitui uma importante instituição para a nossa compreensão e para a luta por tal dignidade.

Em sua página oficial, a UNICEF Brasil define os direitos humanos como: 

"Os direitos humanos são normas que reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos. Os direitos humanos regem o modo como os seres humanos individualmente vivem em sociedade e entre si, bem como sua relação com o Estado e as obrigações que o Estado tem em relação a eles" (https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos , visitado em 15.07.2024)


São esses direitos que norteiam as relações entre indivíduos e entre estes e o Estado, assegurando que todos sejam tratados com respeito e equidade o objeto ou o conteúdo no qual toda e qualquer reflexão acerca dos direitos humanos deve se dedicar. A ênfase dos direitos humanos é que tais direitos são aplicáveis a todos os indivíduos, isto revela uma preocupação explícita de não submeter ao caráter subjetivo a aplicação das normas. Não se trata de regras estabelecidas para um determinado grupo ou para outro, também não pode ser objeto de interpretação tendenciosa por qualquer que seja o interesse. Trata-se de um conjunto de regramentos estabelecidos como direitos e deveres de todos os humanos com todos os humanos.

Talvez essa insistência em enfatizar a universalidade dos direitos e deveres humanos tenham a finalidade de enfrentar toda a resistência na realização histórica-social de tais direitos, ou dito de outro modo, não é porque se estabeleceu o conjunto de regras que o mundo passou a cumpri-las de modo mecânico, trata-se de um conjunto de obrigações que buscam concretização através das ações e atuações humanas, que podem ser realizadas de modo individual, institucional e estatal.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, é considerada um marco fundamental na história da defesa dos direitos humanos. Esse documento estabelece os direitos básicos e inalienáveis de todos os indivíduos, servindo como referência para diversas constituições e leis ao redor do mundo, além de possuir características profundamente relacionadas com o que há de mais atual tanto no que diz respeito aos desenvolvimentos das áreas do direito, da filosofia, das ciência, revelando, de alguma forma, a sua condição oriunda da modernidade e a sua radical preocupação com o atendimento das questões de nossos tempos.

As entidades reguladoras e responsáveis pelos Direitos Humanos fazem questão de destacar em suas publicações que este conjunto de normas possui obrigações e impedimentos, o que vulgarmente chamamos de direitos e deveres. Estes direitos e estes deveres são todos ações que objetivam garantir a dignidade de todos, por isso, a sua preocupação expressa é com quem (governo, instituição ou cidadão) viola o direito do Outro, afinal é esta causa que produz a consequência que é determinada como violação dos direitos humanos.

Esta dimensão que envolve as responsabilidades, obrigações e impedimentos com o Outro talvez seja o ponto mais importante para o debate público uma vez que é nele que determinados grupos se colocam para inferiorizar as atitudes tomadas como forma de preservação destes direitos e da dignidade da pessoa humana por outros grupos. Dito de outro modo, muitos daqueles que já possuem os seus direitos humanos garantidos menosprezam e criam estratégias que impedem outros grupos e pessoas de conquistarem, o que se formos coerentes já é uma violação dos direitos humanos.

Tendo em vista que os Direitos Humanos tentam positivar a dignidade da pessoa humana no curso da realidade social histórica, é evidente e óbvio que em nosso tempo há violações deste direitos e os sintomas de tais violações se encontram necessariamente nos grupos e pessoas mais vulneráveis de uma sociedade. Compreendendo que existem violações, qual é o instrumental que os direitos humanos nos fornece para enfrentar esta ordem de realidade?

A primeira qualidade dos Direitos Humanos é seu caráter universal, ou seja, sua aplicação e validade para todos. Esta é a premissa permitiu este conjunto de normas se consolidar como um sistema internacional de garantia da dignidade humana através de mecanismos que pactuaram as nações, as sociedades e os indivíduos num cuidado mútuo com seus deveres e direitos que objetivam concretizar a dignidade humana. Através deste pacto ninguém, nenhuma instituição ou o nenhum Estado, pode por escolha parcial, mesmo que tente o fazer por escolha voluntária, descumprir seus direitos e seus deveres pactuados coletivamente. Este compromisso pactuado, que é chamado de inalienável, parece ser justamente um mecanismo para coibir as violações à dignidade da pessoa humana, uma vez que não se trata de escolher que tipo de vida é legítima e qual é ilegítima, mas de criar um sistema onde todos possam escolher como se vive e que a escolha de cada um seja responsável com o direito o Outro de fazer o mesmo.

Ainda segundo a UNICEF BRASIL, outra característica marcante e instrumento para a consolidação dos Direitos Humanos é sua indivisibilidade no que diz respeito ao conjunto de normas, ou seja, dentro do escopo dos direitos e deveres propostos nesta forma, todos possuem exatamente o mesmo valor, cada norma é igualmente premissa/fundamento para a garantia da dignidade, não permitindo uma escolha parcial ou uma hierarquização das normas que são superiores e as que são inferiores com base em qualquer que seja o critério. Não se define qual dimensão é mais ou menos importante, define-se o conjunto onde todas as normas atuam juntas para que a dignidade seja preservada (https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos , visitado em 15.07.2024).

A característica da interdependência e da inter-relação das normas com as demais normas de um Estado-nação ou de normas regionalizadas é, também, marca própria do sistema normativo e protetivo proposto pelos Direitos Humanos. Na esfera da realização histórica é comum que para a efetivação de um direito que outros tantos sejam acionados. Os Direitos Humanos enquanto tratado internacional reconhece a necessidade de articulação com os sistemas de regras nacionais e locais como premissa para a viabilização da dignidade da pessoa humana, por isso também já reconhece dentro de si este caráter de interdependência entre as partes e as normas que protegem a dignidade humana (https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos , visitado em 15.07.2024).

Outra qualidade basilar dos Direitos Humanos é a proposição de uma igualdade absoluta no que diz respeito ao direito à dignidade. Cito: 

"Todos os indivíduos são iguais como seres humanos e em virtude da inerente dignidade de cada pessoa humana. Todos os seres humanos têm direito a seus direitos humanos sem discriminação de qualquer tipo, como raça, cor, sexo, etnia, idade, idioma, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, deficiência, propriedade, nascimento ou outro status como explicado pelos órgãos dos tratados de direitos humanos" (https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos , visitado em 15.07.2024).


Embora possa parecer repetitivo, esta insistência do caráter universal e igualitário que se realiza como reconhecimento de todas as partes e indivíduos é o modo pelo qual se garante a legitimidade dos Direitos Humanos. A sua existência enquanto indivíduo é tão legítima quanto a de todos os outros membros de nossa família humana, ou seja, o único elemento que pode garantir a sua dignidade individual, por assim dizer, é reconhecer que cada um pode ter a sua própria, caso contrário a realidade histórica será definida por uma oposição entre a vida que é legítima e a vida que não é legítima. Como vimos após a 1ª e 2ª grandes guerras internacionais e tantos outros exemplos históricos, o horror e a barbárie de criar sistemas que escolhem uns em detrimento dos outros devem ser veementemente evitados e combatidos, é isso que os Direitos Humanos combate, combate a reincidência das atrocidades que a história humana já experienciou.

A universalização e a igualdade sendo qualidades invioláveis também escancaram a necessidade de participação de todos os agentes neste sistema de deveres e direitos que garantem a dignidade humana. Em caso de ausência de algum grupo ou indivíduo é preciso, evidentemente, que cada sociedade vislumbre a inclusão de quem está alheio ao sistema que lhes garante dignidade. Dito de outro modo, apenas uma postura ativa de reconhecimento da dignidade é capaz de concretizá-la, a não participação ou a exclusão são elementos que violam a dignidade, fazendo com que a noção de inclusão no direito, na cidadania, na participação social, etc, tornam-se requisito elementar para conseguir concretizar toda e qualquer forma de dignidade humana.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 dedica um capítulo inteiro aos direitos humanos, reconhecendo-os como "fundamentos da República Federativa do Brasil". Essa consagração constitucional demonstra o compromisso do país com a proteção e promoção desses direitos, assegurando que sejam garantidos a todos os cidadãos brasileiros.

A UNICEF Brasil, referência deste estudo, atua em diversas frentes para garantir a efetivação dos direitos humanos no Brasil. Através de pesquisas, campanhas de conscientização, parcerias com governos e organizações da sociedade civil, a organização trabalha para combater violações de direitos, promover a inclusão social e garantir que todos os setores vulneráveis de nossa sociedade tenham acesso a seus direitos básicos, como educação, saúde, alimentação e proteção contra a violência.

Um dos principais desafios enfrentados pela UNICEF Brasil e outras organizações que atuam no mesmo sentido na luta pelos direitos humanos é a desigualdade social. A pobreza, a discriminação e a exclusão marginalizam grupos específicos da população, tornando-os mais vulneráveis à violação de seus direitos. A organização trabalha para combater essas desigualdades e garantir que todos os indivíduos, independentemente de sua origem ou condição social, tenham acesso pleno aos seus direitos.

Outro desafio importante que as organizações defensoras dos direitos humanos enfrenta é a falta de acesso à justiça. Muitas vezes, vítimas de violações de direitos humanos, especialmente dos setores mais vulneráveis, não têm acesso à justiça por diversos motivos, como a falta de informação, a pobreza ou o medo de represálias.



Embora de forma geral e simplificada, o texto de divulgação do que são os direitos humanos produzido pela UNICEF BRASIL, através de uma adaptação de uma publicação da UNICEF FINLÂNDIA, consegue trazer elementos muito significativos para quem busca compreender o que são estes conjuntos de regras internacionais que se constituíram sob esta nomenclatura e qual o escopo no qual versam os trabalhos deste segmento do direito.

Evidentemente, e não poderia ser diferente dada a natureza do objeto investigado, o artigo toca diversos campos e permite que certa complexidade seja ao menos colocada diante de nosso intelecto. É importante reconhecer este duplo sentido proposto pelo texto, em primeiro lugar demonstrando a pertinência e justificando a validade dos direitos humanos mesmo que em sentido da vida comum e, em segundo lugar, como um texto que se limita a ser uma apresentação introdutória.

Enfim, o estudo mais trabalhoso deste pequeno texto permitiu criar um lastro interpretativo mais próximo do cotidiano dos modos como os diretos humanos são articulados tanto com as argumentações comuns, quanto em perspectiva com a necessidade de pensar tais argumentações com seus vínculos estritos aos eventos da realidade histórica que permeiam nosso intelecto ao compreender cada conceituação proposta.









Espero que este estudo possa contribuir para você estimado leitor e estimada leitora.
Atenciosamente/Respeitosamente.
Prof. Ricardo de Jesus Lopes


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